Para ser um doador, é preciso ter entre 16 e 69 anos, pesar 50 quilos, no mínimo, estar bem de saúde e apresentar documento de identidade oficial com foto. Jovens com 16 e 17 anos só podem doar sangue com autorização dos pais ou responsáveis legais. A autorização pode ser acessada no site do Hemorio. Na faixa etária de 60 a 69 anos, as pessoas podem doar, desde que tenham feito alguma doação anterior. Não é necessário estar em jejum, mas deve-se evitar comer alimentos gordurosos nas quatro horas que antecedem a doação e não ingerir bebidas alcoólicas 12 horas antes.
Tatuagem e piercing impedem a doação por seis meses. O Hemorio alerta que a perfuração na região oral ou genital ainda segue como impeditivo para doações enquanto houver uso da peça. Informações podem ser obtidas pelo número gratuito 0800 282 0708. O diretor lembrou que quem quiser pode agendar dia e hora para doar, nesse mesmo telefone, ou pelo site. "É muito mais rápido e o processo é bem mais simples".
Algumas situações, porém, impedem provisoriamente a doação de sangue. Entre elas, estar com febre ou gripado. Grávidas também não podem doar. O mesmo se aplica para quem fez extração dentária há sete dias. Mulheres que estejam amamentando só podem doar depois de um ano após o parto. Quem fez vacinação pode doar, respeitado o intervalo, que pode ser de 48 horas para vacinas contra a gripe e para a vacina Coronavac contra covid. Para as demais vacinas contra a covid-19, o intervalo é de uma semana.
Rota solidária
Para ajudar no reforço aos estoques de sangue do Hemorio, as empresas do setor de mobilidade do estado do Rio se uniram em parceria inédita, visando viabilizar a integração entre os doadores e o Instituto. Batizada de Rota Solidária, a ação faz parte do Junho Vermelho e será lançada nesta quarta-feira (14), Dia Mundial do Doador de Sangue. Integram a iniciativa as concessionárias MetrôRio, VLT Carioca, Semove e SuperVia, além da empresa de tecnologia 99. Juntas, essas empresas disponibilizaram 6.350 gratuidades para a campanha.
Para participar da Rota Solidária, os doadores devem se dirigir ao Hemorio e informar qual modal utilizaram para chegar ali. Eles receberão duas passagens para cobrir os gastos com o deslocamento. Caso decidam utilizar a 99, basta acessar o aplicativo e inserir o cupom SALVARVIDASRJ a fim de garantir 50% de desconto em até duas corridas para ir e voltar do Hemorio. O limite é de R$ 8 por viagem. Além disso, colocando a palavra "Salvar Vidas" na opção de destino do aplicativo, aparecerá o endereço direto do instituto. Ao todo, 5 mil vouchers serão disponibilizados.
A iniciativa conta ainda com o apoio da Rodoviária do Rio e do Riogaleão, cujos espaços serão utilizados para chamar a atenção dos visitantes que chegam à cidade. A expectativa da campanha é reforçar os estoques do Hemorio, atendendo mais de 25 mil pessoas e considerando que cada bolsa pode salvar até quatro vidas. Outras ações também estão previstas durante o mês, entre as quais o sorteio de ingressos para festas e distribuição de brindes aos doadores.
O diretor-geral do Hemorio disse que esta é a primeira parceria entre os modais, em todo o país, por uma boa causa. Amorim acredita que a Rota Solidária tem tudo para se tornar uma ação tradicional, "já que tem a cara do morador do Rio, sempre disposto a ajudar o outro". Para ele, a iniciativa poderá inspirar outras ações semelhantes pelo Brasil.
Após a doação
De acordo com informações do Hemorio, após a doação, a bolsa de sangue total é centrifugada e separada em três componentes: concentrado de hemácias, concentrado de plaquetas e plasma. São realizados exames laboratoriais para determinação do grupo sanguíneo e para detecção de doenças transmissíveis pelo sangue. Depois desses exames, a bolsa de sangue é liberada para transfusão. O sangue é utilizado principalmente nas grandes emergências, que incluem acidentes de trânsito, ferimentos por armas, hemorragias agudas, entre outros, além de cirurgias e pacientes com doenças oncológicas e hematológicas. O Hemorio distribui sangue para mais de 200 hospitais públicos e conveniados com o Sistema Único de Saúde (SUS) do estado.
Cada pessoa tem, em média, cinco litros de sangue. É seguro doar, porque o material usado é estéril, descartável e de uso individual. Além disso, o doador passa por uma consulta, antes de doar, onde são avaliadas as condições clínicas. O organismo repõe o volume de sangue doado no mesmo dia. Para isso, o Hemorim recomenda beber bastante líquido.
O sangue tipo O Negativo é considerado "universal" porque pode ser transfundido em qualquer pessoa, salvo em raríssimos casos. É o sangue que salva nas situações de emergência. No Brasil, apenas 5% da população têm esse tipo sanguíneo. Por isso, os hemocentros encontram muita dificuldade em manter estoques regulares desse tipo de sangue.
Agência Brasil