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A Intel chegou a discutir a compra da OpenAI entre 2017 e 2018, mas desistiu do negócio por entender que modelos como o ChatGPT não pagariam seu investimento. Com a decisão, a empresa foi ultrapassada por rivais como a Nvidia. Intel e OpenAIAP Photo/Richard Drew; AP Photo/Michael DwyerA Intel, gigante americana de chips, poderia estar em um momento bem diferente se tivesse tomado outra decisão no passado. A empresa, que vai demitir mais de 15 mil funcionários, não comprou o que viria a ser a dona do ChatGPT e ficou para trás na corrida da inteligência artificial (IA).Há cerca de sete anos, a empresa teve a chance de comprar uma participação na OpenAI, que, naquele momento, era apenas uma organização de pesquisa sem fins lucrativos que trabalhava em um campo até então pouco conhecido: inteligência artificial generativa.O termo ficou mais conhecido depois que a própria OpenAI lançou no final de 2022 o ChatGPT, serviço capaz de "conversar" com os usuários. Nos meses seguintes, outras empresas anunciaram as suas próprias ferramentas de IA generativa.Relatos à Reuters de quatro pessoas com conhecimento da negociação de Intel e OpenAI indicam que, durante vários meses de 2017 e 2018, executivos das duas organizações discutiram várias opções para a transação.ChatGPTReuters/Florence LoUma das possibilidades analisadas foi a compra pela Intel de uma participação de 15% na OpenAI por US$ 1 bilhão em dinheiro, afirmaram três das pessoas. Duas fontes afirmaram que a gigante dos chips avaliou comprar 15% adicionais se fabricasse componentes para a startup a preço de custo.Na época, a Intel decidiu não concretizar o negócio, em parte porque o então presidente-executivo, Bob Swan, não acreditava que os modelos de IA generativa chegariam ao mercado em um futuro próximo.O executivo acreditava que os modelos de IA não pagariam o investimento da Intel, de acordo com três das fontes, que pediram anonimato para discutir assuntos confidenciais.A OpenAI estava interessada em um investimento da Intel porque isso teria reduzido sua dependência dos chips da Nvidia e permitido que a startup construísse sua própria infraestrutura, disseram duas das pessoas.O acordo também não foi concretizado porque a unidade de data center da Intel não queria fabricar produtos a preço de custo, acrescentaram as pessoas.Um porta-voz da Intel não respondeu às perguntas sobre o possível acordo. Swan não respondeu a um pedido de comentário, e a OpenAI se recusou a comentar.Dos games à IA: como a Nvidia superou 'big techs' em valor de mercadoConheça o GPT-4o, novo modelo de IA usado pelo ChatGPTO que mudou para a Intel?A decisão da Intel de não investir na OpenAI, hoje avaliada em cerca de US$ 80 bilhões, não tinha sido divulgada anteriormente e é vista como um dos vários infortúnios estratégicos que fizeram a empresa, antes na vanguarda dos chips de computador, tropeçar na era da IA.No início de agosto, a Intel informou que teve um prejuízo de US$ 1,6 bilhão e queda de 1% na receita, o que causou queda acentuada no valor das ações da companhia, que teve seu pior dia de negociação desde 1974.A empresa disse que a demissão de 15 mil funcionários (15% de sua força de trabalho) faz parte do plano de cortar despesas em US$ 10 bilhões até 2025. "Nossas receitas não cresceram como esperado e ainda precisamos nos beneficiar totalmente de tendências poderosas como a inteligência artificial. Nossos custos são muito altos, nossas margens são muito baixas", disse o presidente-executivo da Intel, Pat Gelsinger, em comunicado.Pela primeira vez em 30 anos, a Intel vale menos de US$ 100 bilhões. A antiga líder do mercado – cujo slogan de marketing "Intel Inside" representou por muito tempo o padrão ouro de qualidade – ainda está lutando para colocar no mercado um produto de chip de IA de grande sucesso.Hoje, a empresa é ofuscada pela rival Nvidia, que atingiu US$ 2,6 trilhões em valor de mercado depois de deixar de investir apenas em gráficos de videogame e focar em chips usados para operar grandes sistemas de IA, como o GPT-4, da OpenAI, e os modelos Llama, da Meta.A Intel também ficou atrás da AMD, avaliada em US$ 218 bilhões.Questionado sobre o progresso da empresa em IA, o porta-voz da Intel citou comentários recentes do atual presidente-executivo da companhia, Pat Gelsinger, que promete superar rivais com a terceira geração do chip de IA Gaudi, com previsão de lançamento no terceiro trimestre de 2024.Gelsinger disse que a empresa tem "mais de 20" clientes para a segunda e terceira geração do Gaudi e que seu chip de IA Falcon Shores de próxima geração seria lançado no final de 2025."Estamos nos aproximando da conclusão de um ritmo histórico de inovação tecnológica de design e processo, e estamos encorajados pelo pipeline de produtos que estamos construindo para capturar uma fatia maior do mercado de IA daqui para frente", disse o porta-voz à Reuters.Como funciona o Gemini, a inteligência artificial mais poderosa do Google