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A dona do Facebook é alvo de multa pelo tratamento dos dados pessoais de seus usuários e pela maneira como eles são usados para publicidade direcionada. Meta, dona do FacebookPeter Da Silva/ REUTERSO modelo econômico da gigante americana Meta, proprietária do Facebook, enfrenta um duro teste na União Europeia (UE), depois de uma nova multa multimilionária do regulador irlandês.A Meta é alvo por seu controverso tratamento dos dados pessoais de seus usuários e pela maneira como eles são usados para publicidade direcionada.O regulador irlandês multou a Meta duas vezes na quarta-feira (4) em 390 milhões de euros (US$ 414 milhões ou R$ 2,2 bilhões).A Comissão Irlandesa de Proteção de Dados (DPC) alegou que a Meta violou "suas obrigações de transparência" e usou uma base jurídica errônea "para o processamento de dados pessoais para fins de publicidade personalizada". Meta é multada em US$ 414 milhões na Europa por forçar anúncios personalizados'Big techs' perdem quase US$ 4 trilhões em valor de mercado em 1 anoPor que gigantes da tecnologia estão demitindo em massaEsta decisão "pode representar um duro golpe para a Meta", antecipa Dan Ives, analista da empresa de investimentos americana Wedbush Securities, que estima que o grupo poderá perder entre 5% e 7% do seu volume de negócios no médio prazo.A Meta anunciou que vai recorrer, o que dá margem "para atrasar os prazos" enquanto avalia o rumo a tomar, acrescenta este especialista.Especialista analisa qual será o futuro da Meta, dona do Facebook; ASSISTA:Queda de ações: diretor do ITS Rio analisa qual será o futuro da Meta, dona do FacebookMercado europeuA Europa representa um mercado chave para a Meta.O Facebook tinha 303 milhões de usuários ativos diários na Europa no terceiro trimestre de 2022, em comparação com 197 milhões na região EUA/Canadá, de um total de 2 bilhões em todo o mundo. E o mercado europeu representou cerca de 21% do volume de negócios publicitários da Meta no mesmo período (47% para a área dos EUA/Canadá).Segundo juristas, a decisão do regulador irlandês obriga a gigante americana a pedir aos seus usuários europeus autorização específica para lhes oferecer publicidade direcionada. A publicidade direcionada, teoricamente selecionada com base nos gostos do usuário, é há anos um elemento-chave dos grandes players da Internet e das redes sociais. A publicidade não seletiva significa menos receita para as empresas. "Não há outra solução possível senão pedir o consentimento formal" dos internautas, explica Paul-Olivier Gibert, presidente da Associação Francesa de Controladores de Dados Pessoais. A advogada Sonia Cissé, do escritório Linklater, considera que a decisão irlandesa "não põe em causa os modelos econômicos" baseados em publicidade direcionada, como é o caso da Meta."Mas os regula e os limita, claramente", insiste. Para atrair os usuários a concordar com o consentimento, "as empresas precisarão ser mais espirituosas", prevê.A Meta pode pelo menos contar com alguma benevolência irlandesa. A agência reconheceu que só sancionou o grupo após receber pressão de suas contrapartes europeias, reunidas no Comitê Europeu de Proteção de Dados. O DPC, ao mesmo tempo, recusou-se a abrir uma investigação sobre o conjunto de dados coletados pelo Facebook e Meta."Neste momento existem muitas sanções contra empresas americanas", diz Cissé, especialista em ações judiciais relacionadas a dados pessoais."As autoridades reguladoras europeias estão muito atentas à proteção dos interesses dos usuários" das plataformas, mas "às vezes me pergunto se não é uma forma de privilegiar as empresas europeias", acrescenta."Os usuários gostam de receber serviços gratuitos que, por enquanto, as empresas europeias não têm conseguido oferecer", ressalta.Celular perdido? Veja como localizar iPhone e Android pelo computador