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42% dos profissionais de startups não têm plano de cargos e salários, mostra pesquisa


Levantamento aponta que as remunerações ficam concentradas ao redor de R$ 4.500. Aproximadamente 40% dos salários tinham média de valor de até 3,5 salários mínimos. Startups

Divulgação

Em meio ao cenário de crise global, as startups têm se ajustado para crescer de forma sustentável. Os anúncios de demissões no ano passado, após um boom de contratações em anos anteriores, principalmente no auge da pandemia para atender à demanda por tecnologia em meio ao cenário de isolamento social, mostraram a estratégia adotada para sobreviver à queda na demanda e à cautela de investidores com as incertezas econômicas.

Uma pesquisa da Convenia, HRTech de soluções para automatização e digitalização de recursos humanos e departamento pessoal, mapeou a realidade das startups em relação aos cargos e salários em 2022.

O levantamento, que contou com apoio de empresas como Endeavor, StarSe e Abler, mostrou que 42% dos profissionais do setor não têm plano de cargos e salários, contra 57,32% que têm uma política salarial estruturada. Ao todo, foram entrevistados 606 profissionais de diversas regiões do Brasil.

“Os dados condizem com a realidade do mercado. Startups mais consolidadas trabalham com uma faixa salarial mais competitiva e próximas de empresas tradicionais, enquanto startups menores ainda possuem mais desafios para reter talentos”, explica Marcelo Furtado, CEO e cofundador da Convenia.

O estudo aponta ainda que 53,93% dos entrevistados entendem que sua empresa trabalha com uma política de cargos e salários, implementando internamente uma boa comunicação aos colaboradores. Porém, 14,23% não souberam responder, o que indica divulgação falha da política dentro da empresa ou falta de uma política robusta.

Salário e cargo

O relatório aponta ainda que as remunerações em startups ficam concentradas ao redor de R$ 4.500.

Aproximadamente 40% dos salários tinham uma média de valor de até 3,5 salários mínimos.

Já para 26,62%, o valor inicial é de até R$ 7,5 mil.

Os outros 32,83% ficam distribuídos nas faixas acima desse valor.

Para aproximadamente 44% dos analistas de startups – maior grupo de cargos da pesquisa – o salário varia entre R$ 2.501 e R$ 4.500.

Aqueles com nível júnior puxam a média para baixo e têm uma variação menor de faixas em comparação aos níveis pleno e sênior.

É possível notar uma discrepância entre os valores ofertados para as diferentes senioridades, mas que se mantém dentro da expectativa do mercado, aponta Furtado.

“As diferenças ocorrem também por conta dos setores. Por exemplo, um profissional de comunicação que trabalha como analista de marketing receberá um salário diferente do oferecido a um analista de RH”, explica.

Os cargos de coordenação apresentam faixas salariais mais altas em comparação às anteriores. Para 77% dos coordenadores, a renda mensal é acima de R$ 6.500. Seguindo essa tendência, o nível de supervisão tem 50% dos respondentes ganhando mais de R$ 6.500.

“A diminuição da proporção, em comparação à coordenação, pode indicar que o plano de carreira nas startups varia na classificação. Em algumas pode ser que as posições estejam no mesmo nível, enquanto em outras a supervisão pode estar abaixo da coordenação”, explica o executivo.

Para a gerência, a faixa salarial é mais elevada que a coordenação. Os valores mais altos também começam a aparecer, com salários acima de R$ 30.000. Apenas para 12,8% dos entrevistados a renda mensal se encontra abaixo de R$ 7.500.

No entanto, como startups em estágio inicial ou pequenas não seguem faixas de salário elevadas, isso pode ter influenciado a amostragem.

Para cerca de 85% dos cargos de diretoria, o salário é acima de R$ 10.500, valor mínimo encontrado na pesquisa. As rendas mais comuns são entre R$ 19.500 e R$ 20.500. Apenas 14,8% dos diretores e diretoras ganham acima de R$ 30.000.

Salário e senioridade

Para os profissionais júnior (recém-formados com até 5 anos de função):

A média salarial para 36,8% é entre R$ 2.501 e R$ 3.500.

A faixa abaixo desse valor – entre R$ 1.500 e R$ 2.500 – representa 19,3%.

Já a faixa de R$ 3.500 a R$ 4.500 representa 18,4%.

No nível pleno, a pesquisa aponta faixas mais variadas.

Para 27% dos entrevistados, o salário é de R$ 3.501 a R$ 4.500.

Os salários entre R$ 2.501 e R$ 3.500, e

R$ 4.501 e R$ 5.500 aparecem empatados, com 12,3% cada.

Juntas, as três faixas totalizam 51,6% da amostragem.

No nível sênior de carreira há uma maior diversidade de faixas distribuídas na amostra.

Empatadas em primeiro lugar, com 11,4% cada, estão as faixas de R$ 5.501 a R$ 6.500 e de R$ 6.501 a R$ 7.500.

Em seguida, aparece a de R$ 4.501 a R$ 5.500, com 9,8%.

Juntas, essas três faixas totalizam 32,6% das respostas.

Aumento salarial e benefícios

De acordo com o estudo, 80,89% dos entrevistados tiveram aumento salarial nos últimos três anos, e 65,61% disseram que não pretendem sair das startups em que estão empregados nos próximos seis meses caso não recebam aumento.

“Uma explicação para essa porcentagem pode decorrer dos benefícios corporativos, já que 90,9% recebem vales, auxílios ou outras vantagens”, explica Furtado.

Do total, 89,17% recebem algum tipo de benefício e 83,44% consideram um diferencial para sua permanência na startup. Já 3,82% dizem não receber benefícios, mas entendem que isso pode ser um motivo para trocar de emprego.

G1

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