Projeto está em fase de testes e tem o objetivo de recuperar a mobilidade e melhorar a qualidade de vida de pessoas que passaram por amputação transfemoral, ou de coxa, como é conhecida. Pesquisadores da Ufes desenvolvem prótese robótica para amputados recuperarem mobilidade
Uma prótese robótica, de perna e pé, está sendo desenvolvida por pesquisadores da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) com objetivo de recuperar a mobilidade e melhorar a qualidade de vida de pessoas que passaram por amputação transfemoral (ou de coxa, como é conhecida).
De acordo com o professor Rafhael Andrade, pós-doutor em Engenharia Mecânica e coordenador do LabGuará, laboratório com pesquisas na área de robótica e biomecânica da universidade, com a tecnologia mais avançada o usuário poderá desempenhar com maior facilidade e precisão atividades de rotina como, caminhar e subir escadas.
Além da parte eletrônica, a prótese robótica é feita de plástico ou fibra de carbono, motores e a estrutura é de alumínio aeronáutico, material de alta resistência e mais leve.
Fase de testes
Prótese robótica está sendo desenvolvida por pesquisadores da Ufes
Divulgação/Ufes
O equipamento está na fase de testes e também passa por melhorias. Os próximos passos são integrar o dispositivo ao sistema neuromotor do paciente.
Por enquanto, os testes estão sendo feitos apenas por pessoas sem os membros amputados (veja o vídeo acima).
"Nesse primeiro momento fizemos um adaptador pra pessoas saudáveis e ele vai ele vai estar sendo utilizado pela própria equipe do projeto e outros alunos. A gente utiliza esse adaptador para colocar a prótese na nossa perna e testar ela na esteira. O dispositivo tem que estar muito bem testado para poder ser usado em pessoas amputadas, porque são pacientes que às vezes tem uma situação de saúde mais delicada", disse o professor.
Inspiração
O professor Rahael contou que a ideia de desenvolver uma prótese robótica surgiu durante o seu doutorado e também por causa da demanda e aumento no número de pessoas amputadas no Brasil.
Dados da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV), apontam que a cada hora, são cerca de três amputações de pés e pernas no país.
"A gente tem conhecimento de muitas pessoas que precisam de uma tecnologia mais avançada pra reverter os quadros ou pelo menos minimizar. Depois que eu terminei o doutorado fiz um pós-doutorado na Escola de Medicina de Harvard onde aprendi mais sobre robótica, de membro inferior, trabalhei com esqueleto e lá tive a ideia de tentar simplificar um pouco o projeto da prótese. Com a ajuda de outros pesquisadores e alunos nós desenvolvemos uma prótese de joelho integrada a um pé protético simples", disse o professor.
O contato da equipe com profissionais e pacientes do Centro de Reabilitação Física do Espírito Santo (Crefes) também serviu como inspiração para o projeto. Localizado em Vila Velha, na Grande Vitória, o local oferece reabilitação e fornece próteses para pacientes amputados no estado.
Pesquisadores querem baratear custo da tecnologia
Prótese robótica está sendo desenvolvida por pesquisadores da Ufes
Divulgação/Ufes
O projeto é financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes), Financiadora de Estudos e Projetos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (Finep) e Ufes.
Com o desenvolvimento da tecnologia, o professor diz que o objetivo é que o custo da prótese, que hoje pode chegar a 100 mil dólares nos Estados Unidos e até R$ 1 milhão no Brasil, seja vendida a um valor acessível por cerca de R$ 30 mil.
"Nosso objetivo desenvolvendo tecnologia dentro da universidade é baratear bastante esse custo. Ficamos muito animados em saber que esse dispositivo poder chegar até a pessoa que precisa e essa é uma das nossas metas. A nossa visão de futuro é ver esse dispositivo sendo utilizado na perna de uma pessoa amputada e que ela consiga recuperar a sua mobilidade, melhorar a sua qualidade de vida. É isso que nos faz apostar nesse projeto e outros que envolvem tecnologias pra reabilitação e assistência de pessoas com algum tipo de deficiência", disse o professor.
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