A moda africana e suas diferentes expressões simbolizou a temática principal do desfile que aconteceu nesta sexta-feira (01), na Amarê Fashion, na capital goiana.
Nesta edição, o desfile apresentou o tema "É moda goiana e africana! Elegância com cores vibrantes e estampas ousadas". O evento é visto como uma oportunidade para lançamento de marcas locais e funciona como cenário para rede de contatos entre empresários e estilistas de todo país.
Na abertura do desfile, a marca de comunidade Kalunga esteve representada pela sua fundadora, Maria Helena Serafim, conhecida como Tuya. A sua marca teve lançamento oficial durante o evento no Centro Cultural Oscar Niemeyer.
"A marca Tuya Kalunga espera alcançar todas as mulheres quilombolas para que elas se sintam pertencentes a esse universo. Estar aqui hoje está sendo inspirador e libertador", afirma Tuya.
Segundo ela, a exposição ao público funciona como um instrumento significativo para as próprias mulheres Tuyas reconhecerem o alcance de seu potencial.
"Estamos trazendo a nossa identidade, cultura e o principal, o nosso Território Kalunga para um espaço na moda onde a gente nunca se viu entrando", ressalta.
Além disso, ela também comemora o impacto social gerado a partir das ações mobilizadas pela marca. Durante os meses de setembro e outubro, 32 mulheres kalungas irão receber capacitação para fortalecer a marca de roupa quilombola.
Assim, o objetivo é proporcionar fonte de renda às mulheres kalungas e ajudá-las em sua permanência na comunidade. A ação compõe o movimento social, econômico e cultural "Tuyas", localizado no município Monte Alegre de Goiás, na região da Chapada dos Veadeiros.
Construção
O coletivo também é um conceito presente na história da marca Tuya Kalunga. "A marca é construída de mulher para mulher", resume a criadora.
"Eu sou uma das criadoras, mas somos 32 Tuyas. O sonho de uma Tuya se transformou no sonho de outras mulheres", defende.
Para ela, o fortalecimento da marca abre margem para a inclusão em seus múltiplos sentidos, como em aspectos sociais, culturais e na ampliação da presença quilombola em lugares de destaque.
"Marcas como essas que trazem identidade, cultura, gente e quebra de correntes é de suma importância. Nós quilombolas estamos trazendo para a moda a nossa contribuição, trazendo a nossa identidade e território para as vestimentas", conclui.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
..
.
.
.
.
..
.
.
.
..
.
.
.
.
.
.
Antonio Carlos