Bilionário disparou ofensas em uma entrevista durante evento promovido pelo jornal The New York Times. Elon Musk
Getty Images via BBC
Em declarações explosivas nesta quarta-feira (30/11), Elon Musk criticou os anunciantes que deixaram o X (antigo Twitter), alertando que eles acabariam com a plataforma de rede social.
Em um evento em Nova York, ele acusou empresas que aderiram a um boicote publicitário contra o site de tentar chantageá-lo.
"Vão se *****", disse o bilionário em uma entrevista durante evento promovido pelo jornal The New York Times.
Algumas empresas interromperam seus anúncios no X depois que Musk foi acusado de antissemitismo em uma postagem na própria rede social.
O chefe da Tesla e da SpaceX pediu desculpas por essa postagem, dizendo que poderia ser a coisa "mais idiota" que ele já compartilhou online.
Mas foi a sua resposta a uma pergunta sobre o boicote publicitário por parte de empresas como a Disney, a Apple e a Comcast que causou agitação durante o evento que reúne líderes dos mundos dos negócios, da política e da cultura.
"Não quero que eles anunciem", disse Musk no DealBook Summit do New York Times.
"Se alguém vai me chantagear com publicidade ou dinheiro, vão se *****!."
"Vá se *****. Está claro? Espero que esteja", diz Musk. "Ei, Bob, se você está na plateia, é assim que me sinto."
Aparentemente, ele estava se referindo ao presidente-executivo da Disney, Bob Iger, que participou de um painel no evento no início do dia.
No mesmo evento em que Musk falava, estava Linda Yaccarino, presidente-executiva da X, que foi acusada de tentar trazer de volta os anunciantes à plataforma.
Em sua entrevista, Musk também disse que os anunciantes poderiam acabar com o X.
"O que este boicote publicitário vai fazer é matar a empresa", disse ele. "O mundo inteiro saberá que esses anunciantes mataram a empresa e documentaremos isso detalhadamente", acrescentou.
Yaccarino repostou a fala de Musk em sua conta no X, classificando o episódio como uma "entrevista sincera". A presidente-executiva disse ainda que o "X está permitindo uma independência de informação que é desconfortável para algumas pessoas".
"Somos uma plataforma que permite que as pessoas tomem suas próprias decisões", escreveu.
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Musk e Linda Yaccarino em um evento de marketing em abril, nos Estados Unidos
Rebecca Blackwell/AP
Musk visitou Israel depois de, no mês passado, parecer apoiar uma teoria da conspiração antissemita em sua conta no X.
"Sinto muito por aquele tuíte
pode ser literalmente a pior e mais idiota postagem que já fiz", disse ele nesta quarta.
O boicote, porém, não está relacionado apenas a esse post. Antes mesmo do incidente, muitos anunciantes já haviam decidido gastar seu dinheiro em outro lugar.
Em uma entrevista à BBC em abril, Musk disse que "quase todos eles [anunciantes] ou voltaram ou vão voltar".
Três meses depois, ele reconheceu em uma postagem no X que a receita publicitária havia caído 50%.
Pouco antes, o grupo de monitoramento progressista Media Matters publicou um relatório que afirmava ter encontrado provas de que anúncios no X estavam sendo colocados ao lado de conteúdo nazista.
O X diz que o relatório do grupo "deturpou a experiência real do usuário de X", a fim de "minar a liberdade de expressão e enganar os anunciantes". A plataforma entrou com uma ação judicial contra a Media Matters.
É difícil imaginar que os comentários de Musk podem fazer com que os anunciantes recuem.
Não está claro quanto da receita da X vem atualmente de anúncios, porque se trata de uma empresa privada que não publica mais relatórios trimestrais. Mas antes de Musk assumir o comando da empresa, a publicidade representava cerca de 90% da receita do Twitter.
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