Agência espacial americana lançou o PACE, satélite que deve ajudar cientistas a monitorar pela primeira vez do espaço a vida do fitoplâncton, conjunto de microrganismos que vivem no fundo do mar e absorvem gás do efeito estufa. Nasa lança satélite para pesquisas inéditas sobre oceanos e mudanças climáticas
O satélite lançado na quinta-feira (8) pela Nasa, a agência espacial americana, deve trazer detalhes inéditos para a observação dos oceanos e dos efeitos das mudanças climáticas no planeta (veja o lançamento no vídeo acima).
Batizado de PACE (siga em inglês para Plâncton, Aerossol, Nuvem, Ecossistema Oceânico), o satélite deverá ajudar cientistas a monitorar o fitoplâncton, conjunto de microrganismos que vivem no fundo dos oceanos e são a base da cadeia alimentar marítima.
A Nasa explica que acompanhar o fitoplâncton é importante porque esses pequenos organismos são essenciais para absorver o dióxido de carbono, principal gás do efeito estufa encontrado na atmosfera.
A centenas de quilômetros da Terra, o satélite também deverá indicar como a luz solar interage com as partículas microscópicas na atmosfera. Isso permite ter mais informações mais sobre características de nuvens e a qualidade do ar.
A expectativa dos cientistas é começar a obter dados em até dois meses.
O que tem de novo?
A Nasa já têm outros instrumentos de observação da Terra, mas o PACE oferecerá mais detalhes. A agência espera que ele mostre, por exemplo, como gases poluentes e cinzas vulcânicas afetam a vida de microrganismos marítimos.
"O PACE irá nos ajudar a aprender, como nunca antes, como as partículas na nossa atmosfera e nos nossos oceanos podem identificar os principais fatores que afetam o aquecimento global", disse o administrador da Nasa, Bill Nelson.
O satélite é equipado com um equipamento hiperespectral, que permite investigar os oceanos a partir de um espectro de cores que varia entre luzes ultravioleta e quase infravermelhas.
Segundo a Nasa, o equipamento permitirá que pesquisadores observem pela primeira vez a partir do espaço quais comunidades de microrganismos estão presentes em cada região do planeta com uma precisão diária.
"Os cientistas e gestores de recursos costeiros podem usar os dados para ajudar a prever a saúde de peixes, rastrear a proliferação de algas nocivas e identificar alterações no ambiente marinho", disse a agência.
A Nasa enviou ainda dois polarímetros, instrumentos usados para identificar mudança na orientação da luz em contato com uma substância.
SpaceX fez o lançamento
O equipamento foi lançado a bordo de um foguete Falcon 9, da SpaceX, do bilionário Elon Musk, na Estação da Força Espacial de Cabo Canaveral, na Flórida, nos Estados Unidos.
Anteriormente, o lançamento estava previsto para terça-feira (6), mas foi adiado devido às condições climáticas. O lançamento foi, então, remarcado para quarta (7), mas foi novamente remarcado por conta de "ventos terrestres" que impediram as verificações de pré-lançamento.
Após os atrasos, o lançamento foi considerado um sucesso. Segundo a Nasa, o equipamento se separou do foguete Falcon 9 e está em órbita, a 677 km da superfície da Terra.
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Veja FOTOS do lançamento do satélite da Nasa
Técnicos da NASA e da SpaceX encapsulam com segurança a espaçonave PACE
Divulgação - Nasa
Um foguete SpaceX Falcon 9 decola com a espaçonave Plankton, Aerosol, Cloud, Ocean Ecosystem (PACE) da NASA, do Cabo Canaveral
REUTERS/Joe Skipper
Um foguete SpaceX Falcon 9 decola com a espaçonave Plankton, Aerosol, Cloud, ocean Ecosystem (PACE) da NASA, de Cabo Canaveral
REUTERS/Joe Skipper
Um foguete SpaceX Falcon 9 decola com a espaçonave Plankton, Aerosol, Cloud, ocean Ecosystem (PACE) da NASA, de Cabo Canaveral
REUTERS/Joe Skipper