Copesa diz que o Google adotou práticas exploratórias de forma deliberada que prejudicaram as receitas de seus veículos. Acusação alega que dono do buscador se apropriou do conteúdo gerado por sites de notícias e do investimento em publicidade na internet. Subsidiária do Google na Rússia teve o pedido de falência aceito por um tribunal de Moscou
Andrew Kelly/Reuters/Arquivo
A Copesa, um dos maiores grupos de mídia do Chile, anunciou nesta sexta-feira (8) que processou o Google pelo que afirma ser um abuso de posição de quase monopólio nos mercados de buscas e de publicidade digital.
Na acusação, aberta no Tribunal da Livre Concorrência (TDLC, na sigla em espanhol), a Copesa afirma que o Google adotou "práticas exploratórias, excludentes e de concorrência desleal" que prejudicaram as receitas de seus veículos.
A ação pede uma compensação de US$ 48,5 milhões (R$ 240 milhões) à Copesa.
O grupo chileno também pede que a Justiça declare que o Google violou normas de livre concorrência e deve se abster de realizar práticas que impeçam ou restrinjam a participação online dos veículos da Copesa no Chile.
O negócio de publicidade digital no Chile cresceu mais de 600% em 2023, em relação a 2014, segundo a Copesa. Mas, apesar disso, a empresa diz que os "meios de comunicação estão sendo privados de rendimentos vitais para seguir produzindo os conteúdos que publicam online".
Para o grupo chileno, isso é resultado de um "plano deliberado e calculado" do Google que cria um ciclo vicioso envolvendo a apropriação do conteúdo gerado por sites de notícias e do investimento em publicidade online.
A ação afirma que o Google cria um mundo "sem cliques", em que leitores consomem notícias pelo buscador e não acessam os sites que as produziram.
Procurado pelo g1, o Google disse que não foi devidamente notificado sobre processo: "Portanto, não iremos comentar até termos todas as informações sobre o caso."
O processo da Copesa vem na sequência de outras ações sobre supostas práticas anticompetitivas do Google.
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos acusa o buscador de ter abusado de sua posição dominante ao realizar acordos que sufocam a concorrência para priorizar o seu buscador em navegadores e sistemas operacionais.
Empresas de comunicação em países como os EUA, o Canadá, o Reino Unido e a França também processaram o Google por entenderem que a companhia agiu para prejudicar seus negócios.