O líder norte-coreano Kim Jong Un disse que seu país está pronto para mobilizar sua força nuclear e combater qualquer ameaça militar dos Estados Unidos, e criticou o novo presidente da Coreia do Sul pela primeira vez, alertando que Seul está se aproximando do limite.
Kim discursou em um evento para marcar o 69º aniversário do armistício da Guerra da Coreia, que deixou as duas Coreias tecnicamente ainda em guerra, de acordo com a agência de notícias estatal KCNA nesta quinta-feira (28).
O embate com os EUA representa ameaças nucleares desde a guerra da década de 1950 e exigiu que o Norte realizasse uma "tarefa histórica urgente" de reforçar sua autodefesa, disse Kim.
"Nossas forças armadas estão totalmente preparadas para responder a qualquer crise, e a dissuasão de guerra nuclear de nossa nação também está pronta para mobilizar sua força absoluta com fidelidade, precisão e rapidez para sua missão", disse o líder.
Kim também denunciou o novo presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, pela primeira vez, acusando-o de ameaçar a segurança do Norte e o direito à autodefesa.
O gabinete de Yoon expressou profundo pesar pelas observações "ameaçadoras" de Kim, dizendo que a Coreia do Sul é capaz de responder "forte e efetivamente" a qualquer provocação a qualquer momento.
"Mais uma vez, pedimos à Coreia do Norte que siga o caminho do diálogo para alcançar a desnuclearização e a paz substantiva", disse a porta-voz de Yoon, Kang In-sun, em um briefing.
O discurso de Kim veio depois que autoridades de Seul e Washington disseram que Pyongyang completou os preparativos para realizar seu primeiro teste nuclear desde 2017.
O ministro da Unificação da Coreia do Sul que lida com assuntos intercoreanos disse na terça-feira (26) que há uma "possibilidade" do teste próximo ao aniversário do armistício, embora um oficial militar tenha dito que não há sinais imediatos disso.
Se prosseguir com o teste, a Coreia do Norte provavelmente enfrentará sanções mais fortes, visando principalmente suas capacidades de ataque cibernético, disse o ministro das Relações Exteriores sul-coreano na quarta-feira (27).
No discurso, Kim disse que Washington continua com "atos hostis perigosos e ilegais" contra o Norte e busca justificar seu comportamento "demonizando" o país.
A Coreia do Norte há muito acusa os Estados Unidos de padrões duplos sobre atividades militares e de adotar uma política hostil em relação a Pyongyang, dizendo que isso dificulta o reinício das negociações destinadas a desmantelar os programas nuclear e de mísseis do país em troca do alívio das sanções.
"As atitudes dos EUA estão levando as relações bilaterais a um ponto em que é difícil voltar atrás", afirmou Kim.
Fonte: CNN Brasil