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Goiás

Equatorial substitui Enel e assume distribuição de energia em Goiás


Três dias após concluir a compra da antiga Celg Distribuição (Celg-D), a empresa Equatorial Energia apresentou, nesta terça-feira (3), a nova diretoria e o plano de ações para o fornecimento e distribuição de energia elétrica no estado de Goiás.

A empresa brasileira comprou a Celg-D da italiana Enel em setembro deste ano. A transação, que saiu pelo valor de R$ 1,5 bilhão e teve aprovação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), foi concluída no último dia 30, quando a Equatorial assumiu as operações no estado.

Na coletiva realizada nesta terça, a empresa anunciou um plano de ações de 100 dias para atendimento aos 237 municípios da área de concessão, que abriga 3,3 milhões de unidades consumidoras. Conforme a Equatorial, entre as ações, estão investimentos estruturais "na melhoria de distribuição de energia e atendimento à demanda reprimida, com novas linhas de distribuição e subestações."

Esse plano projeta três novas subestações, três novas linhas e subtransmissão, 9,6 mil novas ligações de baixa e média tensão e 98,5 mil de baixa tensão.

Ainda de acordo a empresa, entre as principais obras estão a construção das subestações Riviera e Aparecida; Barro Alto—Goianésia; Anhanguera—Real, e ampliação das subestações Goianésia, Anápolis Universitário, Atlântico, Bom Jardim, Araçu, Jundiaí e Goianira. Destacam-se, também, o projeto JK-Jataí (que beneficia os municípios de Jataí, Rio Verde, Chapadão do Céu, Montividiu) e a linha de distribuição Píreneus-Daia.

Conforme o presidente da Equatorial em Goiás, Lener Jayme, apresentado nesta terça-feira (3), a Equatorial detectou sobrecarga em 44% das unidades transformadoras no estado. "Precisamos eliminar essa sobrecarga, quer seja por meio da construção de novas subestações, quer seja pela criação de novos pontos de suprimento de energia", disse.

Venda da Celg-D

O processo de venda da Celg-D pela Enel para a Equatorial teve início na madrugada do dia 23 de setembro. Conforme documento de Fato Relevante publicado na ocasião, as partes acordaram, "dentre outras matérias", a aquisição pela Equatorial de 283 milhões ações ordinárias, "representando 99.964% do capital social votante da Celg-D ("Operação")."

A votação da Aneel que autorizou a transação comercial aconteceu no dia 6 de dezembro. A Equatorial ganhou, então, um prazo de 120 dias para implementação da operação de transmissão de energia em Goiás, a partir da data de publicação da decisão.

Após a aprovação da venda, o presidente da empresa no Brasil, Augusto Miranda – que marcou presença em uma coletiva promovida nesta terça-feira (3) -, chegou a afirmar que Goiás tinha um "um "elevado nível de sobrecarga em linhas de transmissão, o que demandará investimentos."

O processo de venda foi concluído em definitivo no último dia 30 de dezembro. Com isso, a Equatorial passou a gerir a distribuição de energia em mais um estado, uma vez que já atua no Maranhão, Pará, Piauí, Alagoas, Amapá e Rio Grande do Sul.

Enel e o governo de Goiás

Desde que assumiu o primeiro mandato, em 2019, o governador Ronaldo Caiado teve uma relação, no mínimo, conturbada com a Enel Goiás. O governador acusou a empresa italiana de ter prestado um mau serviço de fornecimento e distribuição de energia elétrica em Goiás.

Em 2019, um projeto de lei assinado pelos deputados Lissauer Vieira (PSD) e Bruno Peixoto (MDB) – líder do governo na Assembleia Legislativa na época – pedindo a encampação da Enel Goiás (com a rescisão do contrato de concessão para prestação do serviço público de distribuição de energia elétrica) chegou a tramitar na Casa, mas seus efeitos não prosperam.

Em outubro do ano passado, após o início do processo de venda da Celg-D para a Equatorial, Caiado afirmou que a Enel estava "sabotando" Goiás.

"É uma sabotagem o que estamos assistindo nesse momento com o estado de Goiás, do qual eles [Enel] aqui ficaram cinco anos e que realmente tiveram aqui lucros importantes, mas que não tiveram a retribuição na qualidade de energia elétrica de Goiás", disse, na época.

Fonte: O Popular

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